sábado, 15 de outubro de 2011

Pan e o Sport





















Os Jogos Pan-Americanos é um grande evento multiesportivo quadrienal organizado pela ODEPA, considerado por muitos como as "Olimpíadas das Américas". 

Mas o que o Sport tem a ver com isso? 

Sabe-se que o Sport jamais enviou atletas do futebol masculino diretamente aos Jogos Pan-Americanos. 

Luís Carlos
Porém, em 1987, a torcida rubro-negra certamente se sentiu representada nos Jogos. 

Isto porque Luís Carlos, o 4° maior artilheiro da história do Sport, foi convocado para vestir a canarinho no Pan de Indianápolis. 

O goleador tinha acabado de sair do Sport, após uma negociação que rendeu ao clube o grande craque Éder e o ídolo Ribamar, campeão brasileiro de 1987, além de uma boa grana.

Luís Carlos foi titular na maioria dos jogos e alcançou a glória ao conquistar a medalha de ouro.

Vários outros jogadores tiveram a experiência de jogar o Pan e vestiram a camisa do Sport depois. São exemplos: Cardoso (medalha de ouro no Pan de São Paulo em 1963), Pitta e Bianchi (medalha de ouro no Pan da Cidade do México em 1975), Vágner Basílio, Cléo e João Luiz (medalha de ouro no Pan de San Juan em 1979), Marcus Vinícius (medalha de bronze no Pan de Caracas em 1983), Valdo e João Paulo (medalha de ouro no Pan de Indianápolis em 1987), e Cleiton Xavier e Gabriel (medalha de prata no Pan de Santo Domingo em 2003).

Bárbara
No futebol feminino, uma atleta formada no Sport e grande rubro-negra também conseguiu levar uma medalha de ouro do Pan para casa: a goleira Bárbara. Tal conquista se deu em 2007. Este ano ela tenta repetir a dose.

No Pan de Guadalajara, que acaba de começar, além da goleira Bárbara, outras três atletas contarão com um carinho especial da torcida do Sport. São elas Dani Lins e Jaqueline no vôlei, e Samira no handebol, todas com passagem pela Praça da Bandeira.

Luís Carlos (embaixo, antepenúltimo, da esquerda para a direita) e a Seleção medalha de ouro no Pan de Indianápolis.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Djalma Freitas

























Djalma Nascimento de Freitas, o Djalma (ou Djalma Freitas neste blog), nascido no dia 27 de novembro de 1941 em Recife, falecido a 14 de junho de 2012, é o segundo maior artilheiro da história do Sport, com 159 gols, atrás apenas de Traçaia (202 gols).

Centroavante rompedor, goleador nato, valente, viril e que nunca dava um lance como perdido. Foi o pesadelo dos defensores adversários durante sua carreira no Brasil e em Portugal. Fora de campo, era a antítese do profissional exemplar: indisciplinado, farrista, boêmio e amante das mulheres. Talvez por estas características, tornou-se um jogador folclórico, sempre lembrado pelos pernambucanos e lusitanos que o viram jogar.

Djalma chegou ao Sport em 1959, aos 17 anos, após belas apresentações vestindo a camisa do América na temporada anterior. A despeito de sua pouca idade, foi peça importante na boa campanha do Sport na Taça Brasil de 59, jogando ao lado de lendas rubro-negras, como Raúl Bentancor e Traçaia.

Não demorou para que o jovem atacante percebesse que sua vocação era fazer gols. No ano seguinte, sagrou-se artilheiro do Campeonato Pernambucano com 35 gols, um a menos que o recorde da época, que pertencia ao também rubro-negro Pacoti (36 gols no Pernambucano de 1958).

Vitória de Guimarães
Em 1961, a fama dos gols de Djalma já não se resumia ao território pernambucano, despertando interesse de clubes sudestinos. O Sport aceitou emprestá-lo por um curto período, para que ganhasse experiência. Durante o empréstimo, Djalma obteve sucesso, marcando muitos gols numa excursão pela América do Sul.  Após seu retorno, obviamente houve tentativas de contratá-lo em definitivo, mas desta vez o Sport não facilitou sua saída, fazendo com que o artilheiro permanecesse em Recife.

Naquele mesmo ano, Djalma participou da pequena excursão ao Suriname e conquistou o Campeonato Pernambucano, seu primeiro título na Ilha do Retiro, marcando 2 gols nas finais.

Em 1962, voltou a conquistar o Campeonato Pernambucano, e contribuiu decisivamente com que o Sport chegasse às semifinais da Taça Brasil, primeira semifinal nacional da história do clube.

Porto
Na temporada seguinte, foi o artilheiro do Sport no Torneio de Nova York, com 4 gols, e participou de sua terceira Taça Brasil, da qual o rubro-negro saiu com a 5a colocação.

Apenas em 1965, Djalma deixaria o Leão da Praça da Bandeira rumo a Portugal onde escreveria mais uma bela página de sua história.

Estreou em terras portuguesas vestindo a camisa do Vitória de Guimarães. Em sua primeira "época", já demonstrou seu faro de goleador, marcando 18 "golos" em 22 jogos. Poderia ter ido mais longe:  uma suspensão de 6 partidas, por agressão, inviabilizou a conquista da artilharia daquele Campeonato Português, que findou nas mãos do lendário Eusébio.

Ainda naquela temporada, Djalma protagonizou uma grande proeza contra o Braga, maior rival do Vitória de Guimarães. O craque marcou os 6 gols da vitória por 6x2 em casa, e mais os 5 gols da vitória por 5x3 no jogo de volta, fora de casa, totalizando incríveis 11 gols no chamado "Derby do Minho".

Belenense
Diante de tais feitos, o então técnico de Portugal, Manuel da Luz Afonso, chegou a lamentar publicamente o fato de Djalma não ser português, pois senão reservaria-lhe um lugar na Seleção Portuguesa

Após a brilhante "época" de 1965/66, Djalma foi contratado pelo Porto, onde se tornou o jogador com maior salário do clube. Durante 4 temporadas no maior clube de Portugal, disputou 72 jogos, marcou 42 gols e conquistou a Taça de Portugal de 1967/68.

Depois da passagem pela cidade do Porto, já no ocaso de sua carreira, defendeu ainda as cores do Belenense, Clube Oriental de Lisboa, Marinhense e Espinho.

Dentre os 159 gols de Djalma com a camisa rubro-negra, estão inclusos 9 hat-tricks. Marcou ainda 4 gols em uma única partida duas vezes (Sport 4x0 Santa Cruz e Sport 8x1 Asas, ambos em 1960) e 5 gols em duas outras oportunidades (Sport 8x1 Íbis e Sport 7x0 Íbis, ambos também em 1960). Em 1962, estabeleceu seu recorde no Sport ao marcar 6 gols em uma partida contra o Santo Amaro que terminou em 6x3.


Alguns números sobre os gols de Djalma no Sport:
  • Amistosos e torneios amistosos: 81 gols;
  • Taça Brasil: 3 gols;
  • Torneio de Nova York de 1963: 4 gols;
  • Campeonato Pernambucano: 71 gols;
    •    1959 - 2 gols;
    •    1960 - 35 gols;
    •    1961 - 7 gols;
    •    1962 - 8 gols;
    •    1963 - 7 gols;
    •    1964 - 12 gols.


Gols de Djalma contra times grandes e médios do Brasil:

Bahia - 1 gol;
Vitória - 1 gol.

*Todos os dados foram coletados da obra de Carlos Celso Cordeiro.